O Enem, nas
atribuições, deixou de ser “apenas” o Exame Nacional do Ensino Médio. Hoje, o projeto que contou com apenas 115 mil inscritos no
primeiro ano (1998), computou mais de 4,5 milhões
em 2011. O marco para tamanha expansão foi a unificação dos vestibulares, em 2009, a partir de um novo modelo de prova. O Exame agregou
funções e ganhou o que queria: responsabilidade, grandeza, visibilidade e
poder. Adjetivos que o colocaram, ao
mesmo tempo, capacitado para errar e alvo de maior investigação.
Com o crescimento
do Enem, o maior uso da Internet (pela facilidade que proporciona de tempo e espaço) foi inevitável. O problema é que não havia - e não há - um
sistema eficaz criado pelos responsáveis para lidar
com tamanha demanda. Afinal, foi a primeira vez que se implantou algo tão grandioso, num país continental, e o despreparo tornou-se evidente. Basta uma análise dos últimos escândalos que envolveram o Enem,
para se perceber o quanto ele precisa ser aperfeiçoado.
O Exame de 2011,
ainda hoje, estampa diariamente manchetes de jornais. Quase sempre as
notícias são negativas e revelam falhas do sistema virtual. Teve o caso dos alunos do colégio particular que tiveram acesso antecipado a questões,
a falha de segurança com a divulgação do tema da redação antes do
tempo mínimo estabelecido, o boletim da candidata que deixou a prova em branco e tirou nota maior que a mínima, a dificuldade de acesso ao SISU, a determinação da Justiça sobre a prova de redação e diversos transtornos sofridos por
estudantes do Brasil. Em 2010, vale lembrar o vazamento de informações sigilosas de inscritos,
também pela internet.