domingo, 23 de outubro de 2011

Morte de Muammar Gaddafi, capas alternativas ao sensacionalismo grotesco

Dia 21 de outubro, sábado, a morte de Muammar Gaddafi, o ex-líder máximo da Líbia, foi estampada em diferentes jornais pelo mundo com imagens fortes e perturbadoras. Seu corpo e seu sofrimento foram expostos sem pudor. Enquanto alguns escolheram essa forma sensacionalista, outros usaram a criatividade, o bom senso e respeitaram o leitor e o direito de qualquer ser humano, independente dos seus feitos, a ter um morte privada. 

A exploração do acontecimento não se restringiu aos jornais, a televisão e a internet - em webjornais, sites de notícias e blogs -  também exploraram ao máximo vídeos e fotos de Gaddafi ensanguentado, encurralado pelos "rebeldes" ou o seu cadáver em exposição. Nas devidas proporções, o mesmo aconteceu quando Saddan Hussein foi preso e depois morto e há poucos meses com a morte de Osama Bin Laden.

Tradicionalmente, a publicação de pessoas mortas ou em sofrimento deveria geral polêmica dentro das redações. Em seu lugar toma forma o que o jornal inglês The Guardian chama de culto a uma morte pornô. Uma exposição sem precedentes de fotos e vídeos de forma vísceral. Isso porque, para alguns meios de comunicação, a essas pessoas não se reserva o direito à privacidade na hora da morte. Vale mais vender jornal a todo custo, obter a maior audiência ou o maior número de acessos à web.

Alternativas são possíveis a um jornalismo de qualidade. Alguns jornais provaram que sim. Criaram capas que contam a morte de Muammar Gaddafi, mas preservam seu direito a uma morte privada, evitando a exploração grotesca da violência. Veja a diferença entre noticiar e sensacionalizar.























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