segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sistema de filtros é um perigo ao acesso livre de informações na internet

Antes eram os jornalistas gatekeeper, os chamados porteiros, os responsáveis por filtrar as informações que chegariam ao público, levando em conta critérios como relevância e interesse público. Hoje, do site de notícias ao blog de fofocas de celebridades às redes sociais, todos têm filtros, um sistema que rastreia o perfil do usuário e dá a ele o que “seria do seu interesse”. 

Os perigos e os excessos dessa personalização da informação na internet são questionados por Eli Pariser, autor do livro The Filter Bubble - What the Internet Is HidingFrom You. Para ele, cada vez mais os usuários estão menos expôs a ideias diferentes e mais isoladas em bolhas que nada podem acrescentar. O sistema de algoritmos de filtros é como um Big Brother, um vigilante constante, que tanto pode ser usado para fins comerciais como delimitar o acesso a informações em estados autoritários.


No Facebook, por exemplo, os “amigos” que não têm um relacionamento mais próximo, como troca de mensagens, vão sendo eliminados de receber notícias. 
Na China, o governo consegue com seus filtros eliminar notícias consideradas danosas ao regime. No Google, uma mesma pesquisa sobre um determinado tema pode ter resultados totalmente diferentes de pessoa para pessoa. Cada usuário recebe a informação que corresponde ao seu perfil construído na rede pelo sistema de algoritmos, por meio das suas trocas de mensagens, as visitas a sites, a blogs e o conteúdo lido etc.  

Ao contrário dos filtros humanos, os editores, os algoritmos são apenas um programa de computador, portanto, não pensam, não questionam, apenas seguem o programa. As ordens podem ter diferentes objetivos. Daí o porquê uma atenção redobrada é necessária. A internet é o espaço livre onde o controle sobre o conhecimento não existe, ou não deveria existir.

Veja palestra de Eli Pariser:




Colaboração: Mariana Sousa

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